2.2.4 Polaridades e Meta-Tensões
Uma Polaridade ou Meta-tensão existe quando valores ou objetivos interdependentes parecem estar em oposição, mas podem ser sinérgicos. Um exemplo é a respiração: expirar e inspirar são interdependentes e sinérgicos, mas podem parecer opostos. Ambos são necessários. Se você escolher fazer apenas um, você morrerá. (Duh!)
Existem algumas Polaridades que são comuns na maioria das organizações. Cito algumas que considero relevantes abaixo:
Desempenho e Saúde
É uma meta-tensão entre a força que leva uma organização onde ela precisa ir e a força que a mantém ela em boas condições de funcionamento.
Estabilidade e Mudança
As organizações precisam de estabilidade para operar, ao mesmo tempo em que precisam estar prontas para mudar e se adaptar quando necessário.
Exploração e Inovação
"Exploração" em um sentido positivo, o que significa alavancagem de ativos atuais. Uma abordagem tradicional que ignora essa polaridade é incentivar os representantes de vendas a promover os novos produtos, o que prejudica produtos com confiabilidade e apelo comprovados.
Centralizar e Descentralizar
São a fonte das tensões que demandam por estruturas concentradas e distribuídas. À medida que as organizações crescem, as economias de escala pode (nem sempre) levar se tornarem mais centralizadas para melhorar a eficiência
Curto Prazo e Longo Prazo
Um exemplo é quando uma solução de curto prazo exigirá retrabalho de longo prazo. O lado de longo prazo recusa qualquer coisa que requeira retrabalho, enquanto o lado de curto prazo insiste em uma solução rápida. Observar a interação entre os horizontes de tempo pode abrir novas possibilidades.
A maioria das tensões crônicas e difíceis tem relação com uma polaridade. Quando estamos lidando com tensões com baixo nível de abstração conseguimos resolver, solucionar ou mesmo dissolver, porém quando vamos lidar com tensões com um nível mais alto de abstração, a dissolução da tensão é bem mais difícil de se encontrar. Seria necessário algo que chamamos de integração, ou seja, construir estratégias que aproveitam a sinergia entre dois polos e evitam que eles sejam enxergados como duas coisas irreconciliáveis.
Se não conseguimos integrar de maneira sistêmica (encontrar um caminho com adota mais uma abordagem de “e” ou “ambos” do que isso “ou” aquilo) precisamos colocar energia em manter um equilíbrio dinâmico, explorando soluções específicas para tensões de menor abstração e experimentando continuamente sem grande viradas abruptas que podem gerar um efeito pendular potencialmente desastroso.