2.2.5.5 Representatividade, Relevância e Recorrência
Embora toda tensão seja válida, nem toda tensão é representativa o suficiente para investir tempo buscando uma intervenção. Ou seja, às vezes algumas tensões são percebidas por um pequeno grupo de pessoas numa organização. Isto não é um problema, mas quando falamos de transformações culturais mais amplas é algo que certamente deve ser considerado.
Além disso, uma tensão que fala sobre um evento isolado também acaba perdendo o seu potencial transformador num contexto organizacional. Tensões relacionadas a eventos recorrentes costumam ter um impacto maior na organização quando são dissolvidas.
Se uma tensão é recorrente e representativa, é justo afirmar que é também uma tensão relevante.
Nós costumamos dizer que essas tensões são “RRR”: relevantes, recorrentes e representativas.
Os 3Rs
O quão crítica a tensão é para o contexto atual? Problemas superficiais podem ser ignorados, mas tensões altamente relevantes exigem atenção.
Com que frequência a tensão ocorre ou é observada? Tensões recorrentes apontam para um padrão. Episódios isolados são menos preocupantes.
Quantas pessoas relatam a mesma tensão? Se for muito localizada, pode não ser prioritária. Mas se for amplamente compartilhada, demanda resposta.
Quando uma tensão é classificada como relevante, recorrente e representativa (os "3 Rs"), isso indica um problema estrutural onde uma iniciativa de mudança tem grande potencial de impacto na organização como um todo.
Geralmente, ao se propor e escolher possíveis projetos ou intervenções, o foco deve estar nesse tipo de tensão "3 Rs" que mais claramente compromete objetivos organizacionais importantes de forma recorrente e generalizada. A resolução dessas tensões tende a ser um catalisador poderoso para mudanças positivas mais amplas.
É nesse tipo de tensão que vamos focar ao fazer propostas de intervenção num contexto organizacional.