4.3.1 Arquitetura de Escolha
A categoria Arquitetura de Escolha agrupa os estratagemas que são bastante úteis se queremos influenciar uma decisão, uma escolha.
"Arquitetura de escolha" (em inglês, "choice architecture") é um termo popularizado pelo livro "Nudge: Improving Decisions About Health, Wealth, and Happiness", escrito por Richard Thaler e Cass Sunstein em 2008. A ideia central é que a maneira como as opções são apresentadas aos indivíduos pode influenciar suas escolhas, mesmo sem restringir nenhuma opção ou alterar seus incentivos econômicos.
A arquitetura de escolha envolve o design ou a organização de diferentes alternativas para ajudar as pessoas a fazer escolhas mais informadas ou melhores, de acordo com determinados critérios ou objetivos. Um exemplo é como podemos como organizar o "layout" das opções disponíveis de uma forma que "empurre" suavemente as pessoas para a melhor escolha.
Esses "empurrões" (ou "nudges" em inglês) baseados em arquitetura de escolha são ferramentas poderosas para designers de políticas públicas, empresários e outros, pois podem ajudar as pessoas a tomar decisões melhores sem tirar a liberdade de escolha delas. Contudo, há um debate ético sobre até que ponto deve-se influenciar as escolhas das pessoas e qual o limite entre ajudar e manipular.
Exemplos de Nudges
Alguns exemplos de nudges baseados em arquitetura de escolha:
- Colocar frutas e saladas na altura dos olhos e doces no fundo da prateleira no refeitório para incentivar escolhas mais saudáveis.
- Ter a opção de doação a uma ONG como default já marcada no formulário de imposto de renda. Muitas pessoas acabam doando por não tirar a marcação.
- Dispor produtos que queremos vender mais perto da entrada ou corredores da loja. A localização aumenta as chances de serem notados e comprados.
- Em um formulário online, colocar os campos mais importantes no começo e deixar os opcionais no final. Isso aumenta a chance de preenchimento total.
Estratagemas
- Ancoragem: escolhemos um ponto ou valor de referência para induzir uma estimativa;
- Default: deixamos já definida uma escolha inicial, pois a pessoa tende a não alterar a opção;
- Priming: criamos sinais sutis e implícitos para influenciar percepções e escolhas;
- Exposição: aumentamos a disponibilidade ou visibilidade de algo para aumentar sua confiabilidade e veracidade;
- Design de Opções: desenhamos opções que aumentam a atratividade da opção que queremos promover;